Fetiche: você tem.

Dia Internacional do Fetiche
o dia surgiu no Reino Unido em 2008, como Dia Nacional do Fetiche, mas foi adotado e absorvido rapidamente por outros países ao redor do globo, tornando-se numa data internacional. objetivo deste dia é eliminar os muitos tabus que existem à volta do tema sexo. não há limites para definir o número de fetiches, em termos de comportamento e estilos de vida, pode-se atrair por coisas como sapatos, roupa íntima ou até pelos pés, ou por características mais específicas como olhos pequenos, cabelos molhados ou tom da voz. pode-se estender o desejo ao comportamento - submissão, traição, exibicionismo - há uma lista extensa.
'eu não tenho fetiches'
mentira sinceras nos interessam.
No passado, ter um tipo específico de fetiche era bastante estigmatizado. No entanto, com a evolução dos estudos com relação ao sexo, nos tornamos mais abertos sobre o que se faz entre quatro paredes. De acordo com um estudo conduzido pelo The Journal of Sex Research, aproximadamente metade de nós tem interesse em comportamentos sexuais considerados “anômalos” – com um terço de nós satisfazendo esses desejos ao menos uma vez.
Mas o que torna o desejo em um fetiche?
A definição no dicionário Michaelis é:
“fetiche é qualquer objeto, geralmente peças do vestuário, ou parte do corpo que se acredita apresentar qualidades mágicas ou eróticas”.
a psicanalista e sexóloga Lelah Monteiro reafirma o significado e dá alguns exemplos do que podem ser os objetos. “os fetiches sexuais são aqueles em que a pessoa precisa de um objeto para executá-lo, como as conhecidas algemas ou o salto alto”. segundo a especialista, o aumento dessa tendências pode ser, em parte, devido à internet e à mídia popular. “A mídia populariza, sim, os fetiches, pelos filmes e também pelas músicas”, confirma.
então, se você tem guardado algum fetiche a sete chaves porque acha que isso não é normal, pode ver pela pesquisa que claramente não está sozinho.
censo do sexo,
os gostos sexuais mais pesquisados pelos brasileiros
somos mundialmente conhecidos por ser um povo extrovertido e bastante explícito na hora de demonstrar nossos desejos e vontades. Para se ter uma ideia, uma pesquisa conduzida pelo site adulto Vivalocal, com base nos dados de navegação de 2021 do Google, revelou que o brasileiro realmente gosta de experimentar coisas novas e de se exibir ou observar, uma vez que sexo anal, BDSM, cuckold, swing e roupas de couro e látex estão no topo da lista dos principais fetiches do Brasil.
eis a lista:
- sexo anal (já dizia a Sandy né..) liderou a lista com impressionantes 246.000 pesquisas mensais;
- BDSM empatou com sexo anal
- fantasias tiveram 165.000 buscas;
- cuckold ficou em quarto lugar, buscado 110.000 vezes;
- swing teve 90.500 pesquisas;
- o fetiche por látex e couro teve 55.300 pesquisas;
sexo anal,
gostoso demais
vocês já pararam para pensar por que há tanto tabu quando se fala de cu? por que sexo anal é visto como “coisa de gay” ou como fetiche machista? preconceito e desinformação. Essa cartilha é a favor do cool, afinal, dako é bom. se todas as pessoas têm cu e se ele é, sim, um órgão capaz de dar muito prazer, por que não desmistificar o assunto?
o cu é para todos!
vale lembrar que nem todo mundo curte brincar com o bumbum e tudo bem. não há nada errado em não gostar! o importante é se permitir, conhecer seu corpo, saber o que dá prazer. e, claro, em uma relação a dois, é fundamental respeitar o corpo e os desejos da outra pessoa. falar de sexo é falar, também, de consentimento, né, more!?
a heteronormatividade e o botão proibido
se tudo era tão mais livre, por que o cu se tornou o elo proibido?
para responder a essa pergunta a gente vai ter que falar de capitalismo, de senso de propriedade, de religião e de todos os pilares que sustentam as sociedades machistas, patriarcais e heteronormativas, que a gente conhece bem e que tanto lutamos para derrubar.
a noção de que sexo anal é pecado porque não é feito com fins reprodutivos, é invenção dos homens (nenhum livro sagrado proíbe essa prática explicitamente). a ideia de que é errado se liga diretamente à fetichização dos corpos das mulheres, principalmente das trans, e pode levar à violência psicológica – muitos homens usam o sexo anal como moeda de troca em relacionamentos – e até mesmo física.
essa noção de que dar o cu é algo difícil ou até proibido é reforçada em livros e filmes que mostram, muitas vezes, a mulher resistindo e o homem insistindo na prática, o que fortalece o machismo e a misoginia.
nem prêmio, nem proibido: cu é natural
se este é seu fetiche, vem cá ver ler esses contos eróticos com sexo anal para dar vida a sua imaginação, vem! aproveita e já deixa o plug anal do lado - que a masturbação vai ser DELÍCIA.
BDSM,
aquele tapinha não quer dizer que você é masoquista, tá?
gostar de uma pegada mais forte ou de um tapa aqui, outro ali, não significa que você vai curtir uma prática de BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão e masoquismo).
o fetiche que aparece no filme “50 Tons de Cinza” lidera as pesquisas, muito pela ascensão da internet, claro. Lembrando que entre os praticantes sempre tem uma palavra de ordem para trazer segurança. tem que se ter a questão do são (sim, estamos conscientes), saudáveis (a saúde orgânica está boa) e consensual (estamos de comum acordo). O BDSM pode ser descrito como uma espécie de jogo na hora do sexo.
l!
fantasias,
o faz de conta que acontece
fantasiar é uma maneira saudável e normal de explorar a sexualidade e imaginar coisas que podem ser impossíveis na vida real. Todos fantasiam, seja o que planejam jantar ou como vão beijar a pessoa de quem gostam, e isso porque a mente humana é curiosa - e desejante - por natureza. Por isso, nada de vergonha e chega pertinho da gente pra conferir tudinho sobre fantasias sexuais!
No entanto, neste caso da lista do censo, as fantasias referem-se aquela roupa de enfermeira, de policial, de bombeiro ou até vestimentas comuns como salto alto, espartilho e lingerie, por exemplo. as fantasias femininas ou as fantasias masculinas, estão aí para quem gosta de vestir o personagem e ser feliz na hora do sexo.
cuckold,
parece voyeurismo mas não é
voyeur é o indivíduo que experimenta prazer sexual ao ver estímulos sexuais, objetos associados à sexualidade ou o próprio ato sexual praticado por outros. Já o cuckold, em tradução literal, corno - é o homem observar a sua parceira transar com outro. um termo antigo, que vem dos anos 60, mas que, pelo visto, é um grande fetiche da atualidade.
swing,
vamo galera, vai ser legal
não é apenas a troca de casal. no Brasil, o swing se confundiu com baladas mais liberais, onde pode ‘sair da casinha’, observar o outro e sem acontecer a troca, de fato, do casal. as pessoas estão ali mais para o lugar do fetiche, do que para ele na prática.
de acordo com o dicionário, 'swing' costuma estar associado ao ritmo ou à sensação que produz uma certa música, convidando a dançar ou a mover-se. casa de swing é algo como: imagine um lugar onde tudo é permitido, mas nada obrigatório. um espaço aberto apenas pra propagar o tesão, sem qualquer julgamento.
látex / couro,
desconforto é masoquismo?
brincadeiras à parte, tem muita gente que é fã de roupas com este tipo de tecido e dá até para compreender: elas marcam o corpo e proporcional um ar sensual. As roupas de couro, como lingeries, calças, calcinhas, entre outras peças, são bastante comuns na prática de BDSM mas não necessariamente elas andam juntas.
o importante é você se sentir bem e fazer o que dá na telha, certo?
e você? qual o seu fetiche?!
conta pra gente.

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