Por que a maioria dos homens não busca o urologista?

Aline Cruz
Por que a maioria dos homens não busca o urologista?

A ausência dos homens no urologista é o reflexo de uma sociedade que não incentiva a ida deles ao médico, seja por falta de hábito ou até mesmo questões culturais ligadas à ideia de que eles devem ser fortes, quase invencíveis.

Para aprofundar mais o tema e tentar entender melhor os motivos e consequências disso, confira este texto do blog da Exclusiva Sexshop repleto de dados, informações e até mesmo relatos reais a partir de entrevistas. Confira!


32% dos homens acima de 40 anos se consideram preocupados com a saúde

É facilmente perceptível ao conversar com homens de qualquer círculo social que a maioria deles não tem o hábito de frequentar o urologista, para além do achismo, os dados comprovam essa afirmação.

Começando pelos jovens, ao comparar o número de homens que frequentam este especialista de 12 a 18 anos, com meninas da mesma faixa etária ao ginecologista, constatou-se que o número de meninos que vão ao urologista é 18 vezes menor. De acordo com levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com dados do Sistema de Informação Ambulatorial do Ministério da Saúde (MS).

Outro levantamento também do SBU, mostra que apenas 32% dos homens acima de 40 anos se consideram preocupados com a própria saúde e apenas 46% vão ao médico quando sentem algo, número que sobe para 58% caso use só o SUS. Números alarmantes, quando se sabe que a frequência no médico é essencial para evitar contrair ISTs, assim como ejaculação precoce e disfunção erétil, entre outras doenças.

Em entrevista para a Exclusiva, André Luis, de 26 anos, conta que nunca foi a este especialista “Não tenho hábito, na verdade: nunca fui. Tem uns anos que não tenho feito um check-up no geral, tipo uns 5 anos... Voltei nesse segundo semestre de 2025! Ainda não no urologista, porque no SUS do Rio Grande da Serra não tem esse médico. Mas recebendo o resultado do check-up, pretendo passar em algum médico que confie na região do ABC. Pensei em até ver passar online com Ricardo Kores, mas imagino que um exame presencial seria melhor”.

Esse é um exemplo claro de como os jovens procuram menos o urologista e médicos num geral, mas também ressalta que a falta de acesso pelo SUS e a preocupação com um profissional de qualidade afeta essa frequência. Outro ponto importante é como os profissionais que fazem conteúdo para as redes sociais influenciam o público, como o caso do Ricardo Kores que o André comentou, algo positivo para quem compartilha informação de qualidade e preocupante também, já que há muito conteúdo com informações equivocadas e de pessoas que não são profissionais nessa e em outras áreas.

Outro entrevistado, de 61 anos, que optou por se identificar como Otávio, conta que foi a última vez ao urologista há 2 anos e diz o motivo “Foi mais por precaução em relação ao câncer de próstata”.

Esses dois relatos afirmam os dados, tanto a baixa frequência de homens ao urologista, quanto a maior procura por homens acima de 40 anos, mesmo que ainda não seja a maioria.


Importância de ir ao urologista e fazer check-up


É importante ir com frequência ao urologista para prevenir e identificar doenças como câncer de próstata, doenças renais, infecções urinárias e até mesmo ISTs. O acompanhamento neste profissional também é importante para ter orientações sobre hábitos saudáveis para cuidar da saúde urológica e sexual como um todo.

Seja com ou sem a presença de sintomas, até porque, existem diversas doenças que podem ser identificadas ainda no início e serem tratadas antes de se tornarem graves.

O André conta sobre os sintomas e medos “Comecei sentir alguns sintomas sim, recentemente. Por causa de consumir os conteúdos do Ricardo, no final ele colocava considerações interessantes e recomendações ao ir urologista”, completa “Tenho medo de diabetes. Voltei recentemente para me consultar, por causa de um exame rápido que fiz recentemente através do SUS”.

O Otávio também conta sobre as principais preocupações de saúde “Câncer e problemas cardiovasculares me preocupam, pois há longo histórico na família”. Ele também acrescenta uma observação preocupante sobre o círculo que convive “Quanto ao urologista, gostaria de acrescentar que a maioria dos meus amigos e conhecidos não vai a urologista”.


Homens vivem em média 7 anos a menos que as mulheres

De acordo com dados do Ministério da Saúde sobre a Morbimortalidade Masculina do Brasil, 2015, a expectativa de vida da população masculina chegou a 72,2 anos, enquanto a feminina atingiu 79,3. Dentre as principais causas de mortalidade estão causas externas, doenças do aparelho circulatório, neoplasias (tumores), doenças no aparelho digestivo e algumas doenças infecciosas e parasitárias.


Um estigma social que adoece e mata mais cedo

Complementando os dados do tópico acima, dentre os principais motivos que os homens adoecem e morrem mais que as mulheres estão alguns comportamentos como:

- Não procuram os serviços de saúde;

- Acham que nunca vão adoecer e não se cuidam por isso;

- Medo de descobrir doenças;

- Não seguem os tratamentos recomendados;

- Não se alimentam adequadamente, nem praticam atividade física com frequência;

- Estão envolvidos na maioria das situações de violência;

- Usam álcool e outras drogas com maior frequência.

A maioria dos motivos está relacionada a falta de cuidado com eles mesmos, sendo que é essencial cuidar da saúde tanto frequentando o urologista quanto tendo hábitos saudáveis, essa falta é a chave pra maior parte das mortes e doenças. Mas por que isso acontece?

Um dos principais motivos está associado à masculinidade tóxica, muitos foram criados com a ideia de que ser forte está relacionado a ignorar fraquezas não só emocionais, como físicas e até mesmo sintomas de doenças. Isso cria uma barreira com o cuidado com a saúde, porque acabam vendo a busca por ajuda médica como uma vulnerabilidade.

Tudo isso pode passar até desapercebido, mas se tornou um hábito, já que está tão enraizado na sociedade. Que isso mude cada vez mais. Homens, assim como todas as pessoas de demais gêneros precisam ter cuidado com a saúde como um todo, que inclui a frequência ao urologista.

Ajude a quebrar o tabu: compartilhe este texto com aquele amigo/familiar que ainda não vai ao urologista ou não cuida da saúde como precisa.

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Aline Cruz

Escrito por:

Aline Cruz

Escrita sempre foi um refúgio e uma forma de transformar o que penso em realidade, antes em cadernos, hoje na internet como jornalista e redatora. Escrevo porque guardar tudo para mim seria egoísmo. Também faço teatro, mergulho nas músicas, viajo dentro de mim e também fora: sejam lugares, pessoas, histórias ou teorias.

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