BDSM: há muito o que explorar no seu prazer!

Aline Cruz
BDSM: há muito o que explorar no seu prazer!
Deixe o preconceito de lado e permita-se conhecer mais sobre o BDSM,
tal conjunto de práticas pode abrir novos caminhos na sua relação com desejo e prazer.

Aposto que você já ouviu o termo BDSM e afirmou “Não é pra mim, não gosto de apanhar nem de bater!”, tenho algo a te dizer, essa técnica não é sobre apanhar e bater, na realidade esses termos nem são usados pelos praticantes! Inclusive os locais sérios que ensinam e praticam, dizem sobre respeito e segurança entre os envolvidos antes de tudo. BDSM é uma sigla que de forma resumida está relacionada a práticas que têm o objetivo de explorar o prazer seja por imobilização, hierarquia e outras formas de estimular os sentidos.

Para começar esse mês que é comemorado o Dia do BDSM (24 de julho) com o pé direito, trouxemos as palavras de uma profissional na área e de uma pessoa que é iniciante na prática. Prepare-se para mergulhar neste universo!



O que é BDSM?

BDSM (bondage, disciplina, dominação e submissão) se refere a práticas e jogos com objetivo de explorar e aumentar os potenciais de prazer utilizando hierarquia onde uma pessoa cede o poder ou controle para a outra de maneira consensual. É um universo de possibilidades que não está necessariamente ligado a dor, pode ser experimentado aos poucos e sempre com limites para se autoconhecer e conhecer o seu par. Inclusive testar práticas BDSM, pode apimentar uma relação onde o sexo possa ter caído na rotina!

De forma simples, a hierarquia significa que quando essa opção for escolhida, uma pessoa será dominante (também chamada de top) na relação, e a outra será submissa (conhecida também como bottom), isso quando se trata de uma relação vertical. A pessoa dominante detém o poder, ou seja, aplica as práticas e “manda”, sempre de forma consensual, enquanto o submisso cede o poder ao top, pode ou não ser masoquista.

Mas nem todo praticante de BDSM precisa optar pela hierarquia, também pode ter uma relação horizontal, onde a hierarquia é opcional e os participantes possuem funções complementares. Neste caso um termo muito usado também é o switcher, se referindo a pessoa que tem prazer dos dois lados da hierarquia.

Um ponto importante é que essa hierarquia se refere a posição em relação a troca de poder, não estão relacionados com orientação sexual, gênero, nem papel na vida sexual (como passivo/ativo). Não se preocupe em se colocar em um lugar da hierarquia de imediato, permita-se conhecer e sentir da forma que mais agradar a você e ao seu par.


Há também a imobilização, conhecida como bondage, que se trata de prender, amarrar ou restringir de alguma forma uma das pessoas, como sempre de forma consensual. Existem infinitas formas de imobilizar outra pessoa com fins eróticos e sensoriais, pode ser com o uso de cordas, com a técnica conhecida como shibari, algemas, coleiras, vendas, mordaça, entre outros acessórios.

E para provocar diferentes sensações na pessoa imobilizada, é possível usar vibradores e óleos para estimular o prazer, ou se a pessoa tiver interesse, testar chicotes ou chibatas, lembrando que existe a possibilidade de usar o chicote, por exemplo, para provocar outras sensações que não sejam dor, como cócegas.


Por onde começar?

Entendeu o básico sobre o assunto e se animou? Calma, é muita informação, mas unindo tudo isso com a prática você poderá conhecer melhor o BDSM. Segundo a La Mandala, idealizadora da Let’s Play Festa, o primeiro passo para começar a praticar é entender a base do BDSM identificada pela sigla SSC, que de acordo com ela significa:

• “São: as pessoas precisam estar capazes de consentir de maneira saudável;

Seguro: a pessoa que estiver realizando a prática precisa ter o domínio técnico, utilizar todos os recursos para reduzir os riscos envolvidos, a pessoa que estiver recebendo a prática precisa comunicar previamente seus limites e questões de saúde e durante a prática deve sinalizar caso sinta que é necessário parar ou reduzir a intensidade;

Consensual: as pessoas precisam concordar com o que será realizado e a qualquer momento a palavra de segurança pode ser usada e deve ser respeitada imediatamente”.

Com esses três pontos explicados e claros entre os participantes, é possível começar a se aventurar a conhecer este mundo novo e perceber como ele pode impactar o seu interior. La Mandala completa “É importante estudar, conversar com praticantes e iniciar aos poucos, com pessoas de confiança. Focar em amigos em primeiro lugar pois os jogos e as relações vêm como consequência. Ao conhecer pessoas e jogar com elas, estar atento aos red flags para não se colocar em situações de risco físico ou psicológico”.

Assim como em outras relações, e necessário ter muita atenção como ela diz, ao conhecer e se relacionar com as pessoas, o BDSM nunca deve ser uma forma de violência física ou psicológica. Por isso, é preciso estudar e conhecer por meio de pessoas confiáveis e experientes no assunto.

É comum que haja fascínio e curiosidade ou até mesmo repulsa pelas pessoas que não conhecem a técnica de fato, o importante é buscar locais seguros para conhecer ou até mesmo testar aos poucos e sentir se combina com você. Para o Azul, entrevistado que é iniciante na prática, esse interesse surgiu de forma gradativa “Eu sempre tive gosto por coisas mais intensas nos meus relacionamentos, porém era algo mais simples, algumas marcas, uns apertões, uma algema... Aí com o tempo fui sabendo por filmes e pesquisas sobre o mundo BDSM, porém tinha um pouco de receio por pensar em ser algo muito mais pesado, mas um dia fui assistir um show no Love Cabaret e vi algumas apresentações de técnicas do meio BDSM e me interessaram muito”.

Ir a um evento é uma boa forma de sair da teoria e explorar com os próprios sentidos, começando pela visão, de tudo estar bem próximo, até mesmo por permitir a sentir toques e sensações. Azul continua a explicar como começou o contato inicial “Essa festa me trouxe um ambiente super tranquilo, aconchegante e livre para quem quisesse experimentar um pouco do mundo fetichista e do BDSM, foi onde eu me encontrei, vi que tudo é muito respeitoso e seguro, que as pessoas estão ali para curtir o que gostam e aproveitar, sem julgamentos, sem pressão, tudo muito confortável, foi onde percebi que é algo que quero praticar mais, vivenciar mais e fazer parte deste mundo fetichista”.

Então se a curiosidade bateu, aproveite para ir em uma festa com este tema! Por fim, a La Mandala deixa uma recomendação “Sou organizadora da Let’s Play que atualmente conta com uma festa e também um happy hour mensais na Spicy Club em SP, onde iniciantes não só são muito bem-vindos como tem a oportunidade de experimentar e saber mais através do que chamamos de playground, palestras e performances. É possível saber mais em @letsplayfesta”.

(Kit restritor com algemas, tornozeleiras e correntes)

Além dos eventos, você pode conversar com seu par e começar a experimentar nas próximas relações sexuais o que tiverem estudado e sentem vontade de experimentar. Brinque com a hierarquia entre vocês, com um sendo o dominador e o outro submisso, teste imobilizações mais simples como algemas e separadores, experimente aos poucos se novas sensações como cócegas ou dor dão prazer a vocês com chicotes e chibatas, entre outros! Não esqueça de escolher uma palavra de segurança entre vocês para facilitar o entendimento dos limites e também de não utilizar objetos cortantes, fogo ou outras práticas perigosas.


BDSM é fetichista, mas só o fetiche não é BDSM

Além de definir, é essencial dizer o que não caracteriza o BDSM! A presença do fetiche sem a hierarquia ou prazer pela dor, é fetiche, e não BDSM. O que é ótimo e positivo para o sexo, mas não faz parte das práticas, como a La Mandala explica “Já o fetiche é a excitação erótica causada por um objeto, material ou parte do corpo como couro, látex, vinil, pés, sapatos, coleiras, etc”.


Para ver e ouvir sobre as práticas


(Imagem da série Amizade Colorida)

Você começou a pesquisar o universo BDSM depois de ter assistido ao filme Cinquenta Tons de Cinza ou lembra da música “Sadomasoquista”, da Deize Tigrona, toda vez que ouve algo sobre o assunto? Isso é mais comum do que imagina, apesar de ser um universo gigantesco e restrito às pessoas que realmente buscam sobre o assunto, o que explode na mídia acaba ficando no imaginário da maioria das pessoas.

Mas existem diversas obras que vão além do estereótipo e podem ajudar a entrar neste clima! Confira algumas:

Como Montar um Quarto do Sexo – Episódio 5: apesar da série focar na parte decorativa de quartos para casais dos mais diversos tipos, é muito rica para quem deseja conhecer mais sobre como o sexo tem diferentes práticas e gostos envolvidos. Este episódio é sobre um quarto com foco em acessórios BDSM, clique aqui para conferir um texto completo no blog sobre a série! Disponível na Netflix.

Amizade Colorida – Também disponível na Netflix, essa série se trata de uma relação de amizade colorida como o próprio nome já diz, em que a mulher tem proximidade com BDSM e traz esse universo de forma inusitada na série.

Fetiche – O EP recém lançado do Baco Exu do Blues tem como temática principal o desejo, o poder e a paixão. Em cada música é possível perceber notar referências ao fetiche, BDSM, brinquedos eróticos entre outros assuntos que permeiam o prazer sexual.

O Duque Burgundy – Esse filme de 2014 sai dos padrões dos filmes que tratam BDSM apenas entre casais héteros, é sobre uma relação de dominação e submissão entre duas mulheres e que homenageia o cinema erótico dos anos 70.

Não para por aí, existem dezenas de outras obras sobre o tema, esse post que fizemos mostra um pouco mais sobre o Cinquenta Tons de Cinza e também sobre o filme 365 dias e como eles podem te inspirar!

Gostou de conhecer sobre o assunto? No site da Exclusiva Sex Shop tem uma categoria especial de produtos BDSM, dos mais simples aos mais ousados, visite nosso site e escolha o que mais combina com você. Que você tenha prazer de sobra!

Aline Cruz

Escrito por:

Aline Cruz

Escrita sempre foi um refúgio e uma forma de transformar o que penso em realidade, antes em cadernos, hoje na internet como jornalista e redatora. Escrevo porque guardar tudo para mim seria egoísmo. Também faço teatro, mergulho nas músicas, viajo dentro de mim e também fora: sejam lugares, pessoas, histórias ou teorias.

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